sábado, 26 de janeiro de 2019

Bloco de alfabetização


  Vou falar sobre um assunto bastante polêmico, mas que sempre que eu ouço me faz refletir, que é a “PROGRESSÃO CONTINUADA”.  Esse tema continua fazendo parte das discussões nas salas dos professores e reuniões do PAINIC.
           Primeiramente vamos saber os principais aspectos que estão relacionados progressão continuada, que é a organização curricular e de todo ensino fundamental, que antigamente era organizado em série e agora está sendo organizado em ciclos de três anos.
            Esta proposta do MEC é excelente, um olhar diferenciado para cada aluno respeitando o seu ritmo considerando que cada aluno seja único evitando que o aluno seja “expulso da escola”, dando direito à educação á todos. Mas para isso falta uma estrutura.
“Em outros países como a Inglaterra funcionou o ensino fundamental de 9 anos sem retenção, na França são 9 anos  com 3 ciclos”.
Entretanto o modo que as coisas foram implantadas aqui no Brasil não é tão maravilhoso como no papel.  A meu ver o aluno só será alfabetizado no final do terceiro ano se houver uma mudança em todo o sistema de ensino, ou então não passa de uma aprovação automática, entendo que isso só está adiando o problema, ou seja, retenção em massa no final de três anos.
            Está cada vez mais difícil ser professor e encarar as salas de aulas superlotadas, inclusões diversas, crianças com dificuldades e com níveis bem diferentes. No primeiro ano ainda é respeitado o limite dos alunos, mas no segundo e terceiro ano aonde a cada etapa as dificuldades e diferenças de níveis vão aumentando, esse limite não é respeitado. A ausência da família nessa caminhada também torna o processo difícil nas periferias.
         As escolas estão virando “depósitos de crianças“, onde a família deixa a criança e espera que a escola assuma tudo o que ela, pelos mais diversos motivos não consegue fazer.
       Cabe nós professores fazer o nosso melhor, lembrando sempre que a escola é para todos e valorizar todos os trabalhos e saber que todos têm potencial e ter um olhar diferenciado para cada aluno e saber que cada aluno é único e com seu ritmo. Fazendo o nosso melhor estaremos fazendo a diferença. Quem disse que não podemos mudar o mundo com giz e apagador?
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”


          Ao  fala da progressão continuada, tive preconceito e resistência  achando que esse sistema só iria passar para frente os problemas. Mas ao ler e pesquisar e conversar com diferentes professores notei que não tinha olha pela perspectiva certa,  na verdade não foi colocado um ano a mais no final e sim aumentar dois anos na alfabetização o primeiro e segundo na verdade são continuidades.
            Equivocadamente ao fazer comparação do que era e do que foi, mas na verdade de uma forma mascarada continua igual quem aprende por si vai bem e aquele com dificuldades vai patinando até encontrar alguém com o olhar diferenciado ou quando não ocorre e vai sendo empurrado chega lá na área com alfabetização precária, aquele aluno com dificuldades continua excluído, percebi que o problema não o sistema utilizado mas a nossa metodologia de sala de aula e ter realmente um olhar diferente para cada aluno. Falarmos muito em construtivismo, mas ouvindo conversas de professores o ensino tradicional é o que tem na maioria das escolas.  Os alunos sentados em fileira, o quadro cheio, quando o aluno não diz que não entendeu muitas vezes o professor responde “Já expliquei”.
        Vi em algumas escola que funcionaram  muito bem e outras não , pois depende também de outras variáveis como por exemplo a assiduidades do alunos, pois como não reprova o primeiro e segundo ano o aluno volta a frequentar apenas o terceiro.
            Penso que nós professores deveríamos parar de reclamar das turmas e arregaçar as mangas, se o aluno não sabe vamos ensinar, pois somos professores por essa razão.

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