segunda-feira, 16 de abril de 2018

Olhar


           Ao decorrer na minha jornada, como professora até os dias de hoje, sempre procurei ter um olhar para cada aluno de maneira diferenciada. Partindo do pressuposto que eles não são iguais, que a aprendizagem se dá no tempo de cada um e assim fazer o possível, para resgatá-los.
            No entanto, quando eles vão para série seguinte, o próximo professor nem sempre tem o mesmo olhar que eu, e vão os rotulando e tendo aquele pensamento de quem sabe, sabe e aquele que “não sabe”, vai ficando para traz e acabam sendo excluídos.
            A meu ver quando o aluno não sabe, cabe nós, os professores ensina-los, tentando resgatá-los;
Dependendo da dificuldade, no próximo ano, o aluno terá outras dificuldades, apesar de ter superado muitas outras, pois ele tem um ritmo diferente dos outros. Em alguns casos, há também, alunos que vão para próximo ano e superam todas as dificuldades.   Mas o que acontece na grande maioria das vezes, os alunos regridem. Mas o que professor não percebe e não enxerga, como era este aluno antes.
Ex: O aluno não sabia ler e era Pré-silábico. Foi para o próximo ano silábico alfabético (escrevendo algumas palavras erradas, pois tem dificuldades na fala) e lê de forma pausada.
            Os professores dos anos seguintes, em vez de procurar solução e ajudar este aluno, vão querer saber quem é o responsável, daquele aluno chegar até ali com as dificuldades. Esse episódio, não acontece apenas na minha escola, mas em muitas outras. Falamos tanto em adversidades e inclusão, o que me parece que falamos para não esquecermos. Talvez um dia pratiquemos!
            Por outro lado esse professor, também tem os pais pressionando-o, querendo conteúdos, muito provavelmente; Em outro ano acontecerá novamente, em outra serie com outro professor, um “ciclo vicioso”, pois em vez de procuramos soluções, procuramos um culpado.
Há também pais, que tem grandes dificuldades, em aceitar que seus filhos, tenha algum tipo de dificuldades, acabam por acreditar que é preguiça.
Quando são convidados para a sala de recursos, sempre tem uma justificativa, que o mesmo não consigam frequentar a sala de recurso.
Então, esse ano cheguei à conclusão que os alunos não são nossos e sim da escola, cada um tem que fazer a sua parte. Eu faço a minha, faço o possível para resgatá-los. E quantos aos pais, que não aceitam, o que a escola pode fazer, pelos alunos?! Infelizmente não se pode fazer nada.


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